Um dos maiores ídolos história recente do Fortaleza, o lateral-direito Tinga participou de um bate-papo no Laioncast, quadro no formato de entrevistas da TV Leão, no canal oficial do clube no Youtube. Entre vários assuntos, o defensor falou sobre o ínicio na carreira, a vinda para o Tricolor de Aço e os títulos conquistados na equipe cearense.
Titular atualmente com o técnico Pablo Juan Vojvoda, Tinga já coleciona mais de 286 partidas com a camisa do Leão. A primeira passagem do atleta no Pici foi em 2015, após convite do técnico Nedo Xavier, com quem havia trabalhado no Boa Esporte. Tinga revelou como foi o convite.
“No Boa (Boa Esporte-MG) eu participei do segundo turno todinho. Aquele ano a gente quase subiu, fez história. Foi uma das melhores colocações do clube […]. E depois o Nedo me ligou. Falou que: ‘Não, eu tô indo pro Fortaleza e tal…’ Ai eu ‘Pro Fortaleza, mano. Meu Deus do céu”.
O jogador comentou que já tinha ouvido falar da capital cearense: “Eu tinha ouvido falar do Fortaleza, muito. Mas assim…da cidade, que era perigoso. Eu nunca tinha vindo para o Nordeste. Profissionalmente eu não tinha vindo pra jogar aqui. E Série C. E eu, meu Deus, tô indo pra onde?. Mas não tinha nada a parder. Então vamos lá […] ainda ia receber um pouquinho a mais aqui. Vou arriscar”, revelou o lateral.
Após o título do Campeonato Cearense com direito a assistência em 2015 e o insucesso na Série C do Brasileirão, Tinga deixou o Fortaleza para defender o Bahia. O lateral só retornou ao Pici três anos depois, com o Leão já na Série B. O jogador contou como foi o retorno.
“Estava vendo como estava minha situação no Bahia. Tinha mais dois anos de contrato e os caras não iam me usar. Não, tinha mais seis meses, alguma coisa assim. Liguei para o Marcelo Paz. Na época ele estava de diretor ainda (mas já ia assumir a presidência). E eu falei “Presidente, estou livre ai”. O que a gente pode fazer ai, tô disponível. E o presidente falou “Não, vamos dar um jeito”.
Foto: Leonardo Moreira/Fortaleza EC
Tinga conta que no primeiro momento, Rogério Ceni, técnico na época não aprovou sua contratação: “Passaram meu nome para o Rogério e ele ‘Não quero. Não conheço o jogador, não sei como ele joga e o salário dele acho que a gente não pode pagar isso pra ele. Porque eu preciso de um jogador com esse salário do meio pra frente. Não quero’..
Apesar de revelar que Ceni não queria contar com o lateral, Marcelo Paz prometeu a Tinga que daria um jeito de realizar sua contratação. O jogador aceitou abrir mão de uma parte da pedida salarial. Depois disso, Paz disse que resolveria o resto da negociação.
Com as pendências resolvidas e contratado novamente pelo Fortaleza, Tinga chegou ao Pici. O lateral contou como foi o ínicio de trabalho com Rogério Ceni: “Nos primeiros dias, o Rogério já viu como eu trabalhava. O meu jeito. Trabalhando demais. Veio o primeiro jogo, eu joguei. Ai o Rogério ‘Agradece muito aquele cara ali (Marcelo Paz)’. […] Dali em diante, o Rogério foi um dos caras que mais me ajudaram. Fora e dentro de campo. Cobrava muito a gente. A gente sentia muita pressão de trabalhar com ele. Mas foi a melhor coisa que aconteceu. Tudo que ele pedia no treinamento, a gente tentava fazer melhor. Toda hora pressionava, falava muito. E no jogo parecia fácil. Acontecia tudo que ele falava”, finalizou o jogador.