Foto: Divulgação Internet
Ceará e Fortaleza ameaçam disputar a competição em outro estado
O desejo de clubes do Campeonato Cearense, principalmente Ceará e Fortaleza, além da Federação Cearense de Futebol (FCF) de retomar a competição no dia 6 de julho foi por água abaixo após uma publicação de Camilo Santana, Governador do Estado do Ceará, no último sábado, 27. Em suas redes sociais, Camilo descartou a possibilidade de retorno do estadual no início do mês e disse que o assunto não vem sendo discutido dentro do governo.
A publicação do Governador contrariou dirigentes de vovô e leão e também alguns de seus torcedores. O maior argumento de críticas a Camilo é feito por causa da liberação de outras atividades econômicas. Locais como shoppings, praias, mercados, entre outros, reúnem dia após dia uma verdadeira multidão de pessoas , aumentando o risco de proliferação do novo coronavírus. Quando o futebol voltar, o Protocolo de Segurança determina que apenas 200 presentes frequentem o estádio, obedecendo todos os cuidados. Além disso, jogadores de Ceará e Fortaleza realizam testes de Covid-19 regularmente. Com os treinos iniciados a um mês, os dois clubes seguem trabalhando presencialmente em seus Centros de Treinamento.
A FCF vem ajudando times de menor porte financeiro. Além de contribuir com as testagens, a federação vem realizando sanitização nas sedes que podem receber treinos e jogos da fase final do campeonato.
Nesta quarta-feira, 1, Marcelo Paz, presidente do tricolor de aço garantiu que o leão está pronto para voltar a jogar. Na opinião do mandatário, o futebol é a atividade econômica que mais se adequou a pandemia, com todos os jogadores sendo testados.
Olhando do ponto de vista de alguns clubes e torcedores, a luta para o volta do esporte no estado faz sentido. A liberação de outras atividades, que reúnem mais pessoas que uma partida reunirá, e a proibição da volta do futebol leva a se pensar que nesse momento a decisão de Camilo Santana parece ser mais política do que sanitária.
A AMEAÇA DE JOGAR EM OUTRO ESTADO
Na noite desta quarta-feira o jornal Diário do Nordeste trouxe um novo capítulo para essa novela. De acordo com a publicação, Ceará e Fortaleza ameaçam jogar o Campeonato Cearense fora do estado. A intenção foi confirmada por Marcelo Paz e também por Robinson de Castro, presidente do Ceará. O jornal também apurou que os dois clubes cogitam a possibilidade de arcar com os custos de passagens, hospedagens, despesas, além de testes do Covid-19 para os jogadores de Barbalha e Guarany de Sobral.
A decisão surpreende. Durante a pandemia, as diretorias de Ceará e Fortaleza relataram diversas dificuldades financeiras para colocar o elenco em dia e realizar contratações. Os dois clubes também incentivam torcedores a se associar e continuar contribuindo. Custear o pagamento das demais equipes, no momento, parece contraditório.
Outro fator que pesa é a condição dos outros times que continuam na competição. Para se ter ideia, quatro equipes ainda não retomaram as atividades presenciais. Além disso, jogadores que voltaram aos treinamentos nos últimos dias, como o zagueiro Alisson Santos, do Floresta, avaliam que apenas com um mês de trabalho em campo seria o ideal para voltar a jogar. O clube aguarda uma definição sobre a Série D do Campeonato Brasileiro. Portanto, a decisão de retornar aos jogos no momento não é unânime nem entre jogadores.
Por último, mas não menos importante, é que no Brasil, apenas o estado do Rio de Janeiro retornou com seu campeonato. Entre liminares, adiamentos e muita polêmica, o carioca 2020 vai chegando ao final de seu segundo turno. Em breve, a competição terá a presença de torcedores no estádio. Acredite se quiser…
Com apenas um local voltando a realizar jogos, fica a pergunta de onde Ceará e Fortaleza jogariam a reta final de Campeonato Cearense. Será que os clubes iriam, carregando outras seis equipes, para o Rio de Janeiro? Eu apostaria que não. No Nordeste, nenhum estadual deu sinais de retorno, o que impossibilita o Campeonato Cearense de ser realizado nesses estados.
No momento, a única certeza é de que clubes e governo estão longe de um acordo. Com opiniões distintas e com várias contradições, os dois, que deveriam jogar juntos, parecem atualmente mais com uma dupla de zaga que vive batendo cabeça.