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Destaque em campo, torcedora fora dele. A zagueira do Ceará, Juh Moraes, bate um papo com o Futebol Cearense

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Foto: Ceará/Divulgação

Confira o bate-papo

Não há mais surpresa em constatar que o futebol feminino vai crescendo e ganhando espaço no cenário mundial. Isso porque, principalmente após a Copa do Mundo 2019, a modalidade têm se fortalecido, ganhando mais apoio e exposição. No âmbito estadual, o momento também é de consolidação e os clubes seguem acumulando avanços e conquistas. O Ceará é um desses exemplos. A equipe conquistou dois estaduais nos últimos anos, além de ter feito uma grande participação na Série A2 do brasileiro.

Com o avanço da modalidade, grandes personagens também surgem e ganham notoriedade. Uma das protagonistas deste bom momento alvinegro é a volante Juliana, conhecida como Juh Moraes, que defendeu o Ceará em 2009 – último ano antes da paralisação da modalidade – e que agora vive uma outra fase no clube, que dispõe de uma estrutura totalmente diferente para o futebol feminino.

A equipe do Futebol Cearense bateu um papo com a Juh Moraes, que falou sobre o momento da modalidade, o retorno ao clube, a pressão por resultados, além da relação com o treinador/ídolo Sérgio Alves e a emoção de jogar no seu clube de coração.

Confira o papo:

O futebol feminino, mesmo com avanços, ainda segue no processo de afirmação. Existe algum tipo de pressão em relação a ganhar títulos? Há receio de acabar o projeto caso não sejam campeãs?

Quanto mais resultado dermos, mais apoio teremos. Acredito que não só no Ceará mas em quase todas as equipes do futebol feminino as coisas funcionam assim. Nós precisamos dar resultados dentro de campo para poder ter o apoio necessário.

O Ceará nos apoia em tudo mas, claro, o clube espera resultados. Se não tiver títulos, não é que vão acabar o projeto do Ceará Feminino, mas o que pode acontecer é diminuírem o apoio e as melhorias que os resultados fazem eles nos dar.

Você está no clube desde 2018. Como tem sido esse tempo de Ceará e o que você atribui esse sucesso dentro de campo?

Antes de vir jogar no Ceará eu estava jogando brasileiro Série A1 pelo Vitória de Santo Antão-PE. Quando acabei meu compromisso com eles resolvi aceitar a proposta do Ceará. Sabia que iria ser um pouco difícil já que o Ceará ainda estava começando o projeto, mas por ser o meu time de coração e gostar muito de desafios, foi o que eu precisava para que aceitasse a proposta e graças a Deus vem dando tudo certo.

Estão sendo anos maravilhosos, onde me sinto muito feliz aqui. É um time que me recebeu muito bem e que, desde que vesti essa camisa, não tenho nada que reclamar. A diretoria nos apoia bastante. A cada ano que passo no Ceará coloco um objetivo e busco sempre alcança-los, tentando ajudar a equipe com minha experiência. O treinamento está acima de qualquer coisa para chegarmos longe. Muito treinamento é a base de tanto sucesso. As vezes sou até um pouco chata com minhas companheiras porque as cobro bastante, assim como elas me cobram também, mas uma cobrança sadia, sem exagero e isso é a base do nosso sucesso.

Como é ser treinada por um grande ídolo do clube? E como é o Sérgio Alves treinador, é “carrasco” também?

Ser treinada pelo Sérgio é um prazer muito grande. Ele tem uma experiência enorme e vitoriosa no futebol, então a cada treinamento nós atletas procuramos observar bem tudo que ele faz para aprendermos mais e mais. Ele é um treinador que nos cobra muito e é carrasco nos treinamentos. Com ele não tem conversa não. Ele cobra bastante mesmo (risos).

Com Sérgio Alves você passou a jogar na zaga. Mas, mesmo como zagueira, você faz seus golzinhos. Ano passado fez dois gols em clássicos-rei. Dois jogos e dois gols. Conta como foram os clássicos e se a rivalidade é grande também.

A minha posição de origem é volante. Quebrei um galho ali na zaga pois existia uma necessidade nessa posição e aí eles acharam que eu poderia suprir. Graças a Deus consegui atender aquilo que eles pediam.

Sobre jogar um clássico, é uma emoção muito grande. Clássico é um jogo diferente, de muita raça e que você precisa ter “sangue no olho” para ganhar. A emoção é diferente, os pensamentos são diferentes e você já entra em campo com aquela coisa na cabeça que tem que ganhar esse jogo de qualquer jeito e que é o jogo de nossas vidas.

Tudo que se trata referente a um clássico é diferente, a rivalidade é muito grande, é um dos melhores jogo de se jogar e a melhor sensação de um clássico é quando você faz um gol.

Junto com a Gilmara, você é uma das grandes lideranças do grupo. Inclusive, reveza a faixa de capitã com ela. Além disso, apesar do seu jeito sério e ser muito tímida, você é muito parceira de todas e tem o respeito das demais, que enxergam em você uma referência. Como é ser capitã dessa equipe? Como acha que contribui pro grupo?

Ser capitã dessa equipe é um prazer pra mim pois já conheço a maioria das meninas. Tem algumas que já conheço muito antes do Ceará. Procuro sempre ajudar minhas companheiras, escutando elas, passando minha experiência e dividindo tudo que eu já passei no futebol para que sirva de exemplo para elas. Estamos sempre nos reunindo para falar sobre jogos, treinos e o que podemos melhorar. Temos esse diálogo e existe um respeito muito grande entre a gente. As vezes até brincam que eu sou a mãezona (risos). Tenho muito orgulho de ser uma das líderes dessa equipe.

Você é torcedora do Ceará, de ir aos jogos. Fala abertamente sobre isso? Como é ser torcedora do clube que joga?

Eu sou torcedora do Ceará desde pequena, de acompanhar jogos no estádio. Quando meu pai não queria ir ao jogo eu chorava. Ir para o estádio, torcer para o Ceará só nós, torcedores do Vozão, sabemos que é a melhor sensação do mundo.

Ser torcedora do clube que joga é um motivo de orgulho pra mim. Quando estou em campo se misturam aquela força de torcedora com a de ser jogadora e aquilo me torna muito mais forte. Sei que a responsabilidade é muito maior, pois eu me cobro muito.

É com enorme prazer que visto e honro essa camisa, camisa do meu time de coração. Vim pro Ceará para fazer história, pra escrever a minha história no clube e só tenho a agradecer a toda diretoria por apoiar o futebol feminino, por acreditar em nós e tenho certeza que vamos trazer muitos títulos pro nosso Vozão.

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